O Xadrez E A Formação Dos Alunos

A utilização do jogo de Xadrez no âmbito educacional auxilia na construção do conhecimento, por meio dele os alunos conseguem assimilar melhor os conteúdos e por conseqüência obtém maior desenvolvimento, uma vez que leva o aluno a pensar e a construir seu conhecimento com a utilização das regras estabelecidas no jogo, possibilitando alcançar os objetivos e levantar estratégias.

O jogo de xadrez é praticado na escola como meio de auxiliar de forma indireta no desenvolvimento de muitas capacidades da criança, podendo o mesmo ser praticado com prazer e proporcionar avanço no processo de ensino e aprendizagem.

De acordo com a Enciclopédia Livre (2009) o xadrez também se mostra muito interessante do ponto de vista matemático. Diversos problemas de natureza combinatória e topológica ligadas ao enxadrismo são conhecidos e foram estudados nas últimas centenas de anos. Em 1913, Ernst Zermelo utilizou estes estudos como a base de sua Teoria dos Jogos Estratégicos, que é considerada como uma das percussoras da Teoria dos Jogos.

O desafio mais importante da matemática ligada ao enxadrismo foi o desenvolvimento de algoritmos que possibilitassem que uma máquina pudesse jogar xadrez. A idéia de criar tal máquina data do século XVIII. Por volta do ano de1769, o autômato enxadrista conhecido como O Turco tornou-se famoso na Europa. Neste caso, o Turco era apenas uma fraude engenhosa e suas pretensas habilidades como exímio enxadrista eram proporcionadas por um anão, que escondido dentro de suas engrenagens, operava o braço mecânico do autômato com perfeição. (ENCICLOPÉDIA LIVRE, 2009)

O xadrez pode ser jogado de diversas formas com combinações e estratégias variadas, sendo necessário atenção, raciocínio e muita criatividade para se planejar e atingir o êxito no jogo. Dessa forma, a utilização do jogo de xadrez na escola colabora para a formação integral do aluno, desenvolvendo habilidades, memória, capacidade de planejar estrategicamente.

Para Macedo (in Christofoletti, 2009b) a importância do jogo de regras inserido dentro do contexto escolar, bem como, em outras situações adversas, decorre do fato de permitir a ambos os jogadores uma mesma norma a cumprir, iniciando de uma posição igualitária para seguir no contexto da partida, utilizando-se planos estratégicos ou combinações para se conseguir êxito.

No quadro proposto por Silva (in Christofoletti, 2009b) há uma comparação das características do Xadrez e suas implicações educativas.

Características do xadrez

  • Implicações nos aspectos educacionais e de formação do caráter
  • Concentração enquanto imóvel na cadeira
  • Fornecer um número de movimentos num determinado tempo
  • Movimentar peças após exaustiva análise de lances seguintes
  • Encontrado um lance, a procura de outro melhor
  • De uma posição a princípio igual direcionar a uma conclusão brilhante (combinação)
  • O resultado indica quem tinha o melhor plano
  • Entre várias possibilidades, escolhe uma única, sem ajuda externa
  • Um movimento deve ser conseqüência lógica do anterior devendo apresentar o seguinte.
  • Desenvolvimento do autocontrole psicofísico
  • Avaliação da hierarquia do problema e a locação do tempo disponível
  • Desenvolvimento da capacidade para pensamento abrangente e profundo
  • Empenho no progresso contínuo
  • Criatividade e imaginação
  • Respeito à opinião do interlocutor
  • Capacidade para o processo de tomar decisões com autonomia
  • Capacidade para o pensamento e execução lógicos, autoconsistência e fluidez de raciocínio.

Fonte: SILVA, 2009

Considerando o quadro apresentado percebe-se que o xadrez colabora no ensino de solução de um problema, desenvolvendo o senso de observação e interpretação da realidade, bem como o desenvolvimento do autocontrole, da capacidade de pensamento abrangente e profundo, criatividade e imaginação, capacidade de tomar decisões.

De acordo com o site Clube de Xadrez (2009) num estudo realizado na ex-Alemanha Oriental, comparando o desenvolvimento de grupos de estudantes de diversas idades, separando-os em dois grupos: os que jogavam e os que não jogavam Xadrez, concluiu-se que:

  • O Xadrez estimula a atividade intelectual e estabiliza a personalidade de crianças e jovens durante seu crescimento. Isso é evidente, sobretudo, na puberdade: crianças que jogam Xadrez apresentam menos crises decorrentes das transformações dessa fase etária do que as que não jogam.
  • O raciocínio lógico e a capacidade de cálculo são estimulados, produzindo excelentes resultados no desempenho escolar, com destaque particularmente notável nos casos da Física e da Matemática.
  • Em aspectos gerais, os alunos que jogam Xadrez apresentam nítida superioridade em força de vontade, tenacidade, memória e concentração.
  • O Xadrez ensina a criança a avaliar as conseqüências dos seus atos, tornando-as mais prudentes e responsáveis. (CLUBE DE XADREZ, 2009)

Christofoletti (2009b) destaca outro estudo de relevância realizado por Cleveland, enfatizando tanto aspectos psicológicos como a aprendizagem, o autor constatou que o desenvolvimento das habilidades no xadrez passa por cinco distintos estágios:

1 Aprender o nome e movimento das peças;

2 Fazer movimentos individualizados de ataque e defesa;

3 Observar a relação existente entre as peças, por parte dos iniciantes;

4 Planejar, conscientemente, o desenvolvimento sistemático das peças;

5 Alcançar o sentido posicional.

Cleveland destaca que as habilidades para o jogo de xadrez não se restringem, a um índice geral de inteligência, contrariando a opinião pública, que julga o jogo de xadrez como sendo praticado apenas por pessoas possuidoras de uma inteligência elevada.

De acordo com Christofoletti (2009b) Groot pesquisou sobre a memória, atenção e a concentração dos jogadores intitulados mestres. Com a análise dos resultados, o autor concluiu que a memória dos enxadristas, para assuntos enxadrísticos, organiza-se de maneira diferente, de acordo com seu nível: forte, intermediário ou fraco.

Outro relevante estudo da memória foi realizado por Miller, o qual percebeu que a capacidade de armazenamento de informações (palavras) na memória de curta duração, muito utilizada no decorrer da partida, varia entre 5 e nove peças, porém, é possível ampliar esta limitada capacidade, com base na realização de um treinamento. (CHRISTOFOLETTI, 2009b)

Christofoletti também desenvolveu uma pesquisa que versou sobre o jogo de xadrez e a educação matemática, por meio da observação das aulas de xadrez, bem como, do desempenho dos alunos. A autora constatou melhora na aprendizagem, em que tais resultados foram comprovados após a realização de entrevistas com os pais e professores dos alunos.

Segundo Carneiro e Loureiro (in Christofoletti, 2009b), do ponto de vista pedagógico, é inegável que este jogo estimula capacidades do desenvolvimento cognitivo:

1. Atenção – Atitude/consciência;

2. Clarividência – ver com nitidez;

3. Previdência – Saber projetar/Antecipar/Deduzir para o futuro;

4. Tensão – definir entre escolhas equivalentes ou inversamente muito contrastante;

5. Conhecimento – Base técnica e conceitual com que se analisa o ambiente específico;

6. Critério ético – comportamento digno.

Assim, percebe-se que o jogo de xadrez desenvolve a aprendizagem de forma prazerosa, onde a criança experimenta de forma lúdico-cognitiva a possibilidade de exercer representações, promovendo uma base em sua vida psíquica e social.

Segundo Sá e Trindade (in Christofoletti, 2009b), ao praticar o jogo, incentiva-se o aprender a ser para que possibilite aprender a viver juntos.

Dessa forma, há a possibilidade de desenvolver o pensamento de forma autônoma e crítica, podendo decidir como agir em determinados momentos da vida, considerando o meio social e a interdependência entre as pessoas.

Christofoletti (2009) cita o Projeto Xadrez nas Escolas, da Federação Internacional de Xadrez – FIDE (2004), onde o jogo de xadrez pode abranger diversos objetivos, entre os quais, alguns deles foram citados pelos participantes do estudo:

1. Desenvolver uma atitude favorável ao xadrez, a qual permita apreciá-lo como elemento gerador de cultura.

2. Desenvolver a capacidade de atenção, memória, raciocínio lógico, inteligência e imaginação.

3. Estabelecer vínculos entre os conhecimentos e experiências enxadrísticas e a vida cotidiana, individual e social.

4. Favorecer a assimilação das características do xadrez que contribuam com o harmonioso desenvolvimento intelectual, moral e ético da personalidade e que propiciem sua autonomia cognitiva.

5. Priorizar a resolução de problemas.

6. Contribuir para a elevação da auto-estima.

7. Favorecer o desenvolvimento da linguagem enxadrística e sua habilidade de argumentação.

8. Tomar em conta, de maneira equilibrada, as diferenças individuais. (FIDE, in Christofoletti, 2009b)

Diante deste contexto, percebe-se que o xadrez colabora com o desenvolvimento integral da criança, e por este motivo vem sendo tão utilizado na área educacional, sendo o jogo um esporte pedagógico capaz de favorecer o aprendizado interdisciplinar.

Segundo Charles Partos, mestre internacional suíço (in Clube de Xadrez, 2009), o aprendizado e a prática do xadrez desenvolvem as seguintes habilidades:

  1. a atenção e a concentração;
  2. o julgamento e o planejamento;
  3. a imaginação e a antecipação;
  4. a memória;
  5. a vontade de vencer, a paciência e o autocontrole;
  6. o espírito de decisão e a coragem;
  7. a lógica matemática, o raciocínio analítico e sintético;
  8. a criatividade;
  9. a inteligência;

10. a organização metódica do estudo;

11. o interesse pelas línguas estrangeiras.

Assim, deve ficar claro para o aluno que suas decisões são fundamentais para a derrota ou vitória, possibilitando para conscientizar-se da vida em sociedade, bem como democratizar este jogo-arte-ciência, cuja origem e história perdem-se no tempo.

Varges (2009) destaca que o xadrez tem sido investigado por áreas como a psicologia, a pedagogia, a informática entre outras. Sendo tomado como modelo para estudos em computação e tem uma base que se assemelha à matemática.

Assim, estimula significativamente o desenvolvimento de habilidades cognitivas e as operações do intelecto, despertando o espírito reflexivo e crítico, e ainda amplia a capacidade para a tomada de decisões, onde o aluno adquire valores morais, melhora a segurança pessoal e a auto-estima. Além disso, desenvolve a atenção e a capacidade de concentração por meio da ludicidade que proporciona prazer ao educando.

O aspecto esportivo do jogo de xadrez pode ser notado tanto por seu comportamento competitivo, em forma de torneios, como por constituir uma "ginástica mental" (Goethe), o qual pode ser complemento da ginástica e de outras modalidades de atividade física que o indivíduo necessita para sua saúde corporal. (VARGES, 2009)

Com o jogo de xadrez, o aluno deve imaginar as situações das posições que os movimentos acarretarão, pois após cada movimento o adversário estará dando o contramovimento, e por isso faz-se necessário planejar e prever as jogadas, buscando um resultado positivo. Com tais atividades mentais trabalha-se a área psíquica e consequentemente a área física.

De acordo com Varges (2009) no jogo de xadrez, na abertura (fase inicial) e no meio-jogo (fase intermediária), em contrapartida com o final que é lógica pura, somente a análise lógica não basta, devido ao elevado número de possibilidades a serem examinadas.

Com isso, o jogador, orienta-se por princípios gerais pelo fato de não ter a capacidade do cálculo exato, como ressalta o físico John R. Bowman (in Varges, 2009) "a impossibilidade de conhecer o melhor lance que eleva o xadrez de um jogo científico para um a arte, um meio de expressão individual." Assim, pode-se constatar que o xadrez desenvolve e estimula as áreas do conhecimento, trazendo benefícios para o processo de ensino e aprendizagem.

Segundo Charles Partos, mestre internacional e professor do departamento da instrução pública do cantão do Valais (Suíça), o aprendizado e a prática do xadrez desenvolvem várias habilidades, tais como (Batista, in Varges 2009):

a. A atenção e a concentração;

b. O julgamento e o planejamento;

c. A imaginação e a antecipação;

d. A memória;

e. A vontade de vencer, a paciência e o autocontrole;

f. O espírito de decisão e a coragem;

g. A lógica matemática, o raciocínio analítico e sintético;

h. A criatividade;

i. A inteligência;

j. A organização metódica do estudo e interesse pelas línguas estrangeiras.

O xadrez possibilita que cada aluno possa progredir segundo seu próprio ritmo, valorizando a motivação pessoal do escolar.

Piaget mostrou quais eram as etapas da formação da inteligência da criança. Observando-se grupos de crianças jogando xadrez constata-se que os progressos atingidos nestas etapas seguem ritmos extremamente diferentes, o que permite concluir da importância de se aplicar uma pedagogia de níveis preferencialmente a uma pedagogia orientada para classes da mesma idade (BATISTA, 2006).

Por meio do xadrez pode-se eliminar a barreira professor-aluno, pois não é levado em conta nem o respeito da idade nem aquele da notoriedade, podendo assim inverter a relação professor-aluno, colocando em xeque as hierarquias instituídas na sala de aula. E ainda colabora para o desenvolvimento o sentimento de autoconfiança, pois apresenta uma situação em que o educando têm a possibilidade de se destacar e progredir em outras disciplinas acadêmicas.

Trabalhos em psicopedagogia demonstram que o xadrez é um precioso coadjuvante escolar, e até psicológico. Assim, pode-se utilizar inicialmente a motivação quase espontânea do aluno em relação ao xadrez visando provocar ou facilitar a sua compreensão em outras disciplinas. Em uma segunda etapa, extrapola-se o universo artificial criado pelas regras do jogo como modelo de estudos de situações concretas. Isto pode aplicar-se a todos os campos do conhecimento - à história, à sociologia, ao direito, à jurisprudência, à literatura, à epistemologia entre outros - e sobretudo à matemática e à pedagogia. (VARGES, 2009)

Pereira (in Varges, 2009) ressalta que no que concerne à pedagogia, o xadrez permite repensar a relação professor-aluno. A estratégia do ensino é bem próxima da estratégia do xadrez, pois dialética e autocrítica ocupam um lugar primordial e o vencido se enriquece mais que o vencedor.

O xadrez pode ainda colaborar na formação de futuros professores, fazendo com que seja compreendida a estrutura do pensamento lógico, bem como desenvolvendo a adequação quanto a transmissão dos conteúdos.

No que concerne à matemática, podemos afirmar que o xadrez é um dispositivo eficaz para a aprendizagem da aritmética (noções de troca, valor comparado das peças, controle casas, enquanto exemplos de operações numéricas elementares...), da álgebra (cálculo do índice de desempenho dos jogadores, que é assimilável a um sistema de equações com "n" incógnitas...) e da geometria (o movimento das peças é uma introdução às noções de verticalidade, de horizontalidade, a representação do tabuleiro é estabelecida como um sistema cartesiano...). (VARGES, 2009)

As aplicações xadrez-matemática são bastante vastas e não são necessariamente de nível elementar, já que elas podem concernir (PEREIRA, 2006):

a. A análise combinatória e o cálculo de probabilidades;

b. A estatística;

c. A informática, e isto em dois níveis: aquele da gestão dos torneios e aquele da programação propriamente dita do jogo;

d. A teoria dos jogos de estratégia;

Com isso, as regras e os métodos utilizados no xadrez podem ser aplicadas na resolução de um problema de matemática, permitindo qualificar esse jogo como um meio motivador para a educação matemática, uma vez que fornece inúmeras possibilidades na resolução de problemas.

As disciplinas de História e Geografia aparecem no estudo da origem do jogo, mostrando a evolução das regras do xadrez conforme as mudanças sociais das diversas épocas. Assim, como diz o professor de Xadrez, Geografia e História (in Varges, 2009) “por isso, deve- se falar um pouco da história do jogo”. E acrescenta que “com m ais criatividade, tira- se proveito também em Educação Artística, inventando novos formatos para as peças. E a pesquisa em livros estimula interesse por línguas estrangeiras”.

De acordo com Varges (2009), o xadrez:

  • Influi no aproveitamento de áreas como Inglês e Matemática;
  • Contribui para o desenvolver o espírito de equipe e enfatiza habilidades individuais;
  • Ensina a valorizar o trabalho manual, a concentração e a convivência;
  • Fazem com que os garotos tomem consciência de suas ações e conseqüências;
  • Ensina a enfrentar o êxito e aceitar a derrota com galhardia;
  • Prova um tipo de competência intelectual sem sofrer hostilidade dos garotos;
  • Permite aos jovens desenvolverem sua inteligência mediante um processo contínuo;
  • Permite fazer amigos facilmente;
  • Desenvolve a autoconfiança e o controle de ações.

Além destas características Batista (in Varges, 2009) destaca que o xadrez desenvolve potencialidades intelectuais da criança e estabelece-se objetivos, tais como:

  • Desenvolve uma atitude favorável em relação ao xadrez que permita apreciá-lo como elemento gerador de cultura.
  • Desenvolver a capacidade de atenção, memória, raciocínio lógico, inteligência e imaginação.
  • Garantir a aquisição de conhecimentos, habilidades e destrezas necessárias para a incorporação em sua vida ativa.
  • Permitir ao aluno estabelecer vínculos entre os conhecimentos e experiências enxadrísticas e a vida cotidiana, individual e social.
  • Favorecer a assimilação das características do xadrez que contribuam com o harmonioso desenvolvimento intelectual, moral e ético da personalidade e que propiciem sua autonomia cognitiva e sua capacidade de raciocínio.
  • Prioriza a resolução de problemas. O aprendizado orientando à resolução de problemas propiciará ao aluno a oportunidade de analisar e propor alternativas de soluções às situações de vida diária.
  • Contribuir para a elevação da autoestima.
  • Favorecer o desenvolvimento da linguagem enxadrística e sua habilidade de argumentação.
  • Resgatar, para o uso pedagógico, a aspecto lúdico desta disciplina.
  • Tomar em conta de maneira equilibrada as diferenças individuais.
  • ·

O xadrez é uma luta de idéias que estimula o desenvolvimento mental das crianças, além de lhes impor uma disciplina atrativa e agradável, aumentando suas capacidades de cálculo, raciocínio e também de concentração.

O xadrez é mais do que um simples jogo, mais do que um mero passatempo. A capacidade de enxergar e de prever, de abranger uma partida em sua totalidade, de escolher entre muitas possibilidades imagináveis qual é a melhor, de pacientemente busca de soluções em circunstancias adversas, não é uma característica exclusiva do xadrez (DOUBEK in VARGES, 2009)

Diante deste contexto, na escola o Xadrez possibilita uma aprendizagem mais lúdica, desafiadora, criativa, podendo influenciar em todas as disciplinas, como um meio interdisciplinar, com intuito de desenvolver o pensamento reflexivo no educando. Como destaca Varges (2009) acreditando que a oportunidade de usar os conceitos matemáticos de forma implícita nos jogos, ao construir um tabuleiro de xadrez utilizando régua, de construir uma parodia, um poema a partir das peças, de dramatizar a história do xadrez, favorece o desenvolvimento de uma atitude positiva do aluno em relação à Matemática e a escrita.

Conforme o site Clube de Xadrez (2009) trabalhos em psicopedagogia demonstram que o xadrez é um precioso coadjuvante escolar, e até psicológico. Assim, pode-se utilizar inicialmente a motivação quase espontânea do aluno em relação ao xadrez visando provocar ou facilitar a sua compreensão em outras disciplinas. Em uma segunda etapa, extrapola-se o universo artificial criado pelas regras do jogo como modelo de estudos de situações concretas. Isto pode aplicar-se a todos os campos do conhecimento - à história, à sociologia, ao direito, à jurisprudência, à literatura, à epistemologia entre outros - e sobretudo à matemática e à pedagogia.

Em relação à pedagogia, o xadrez permite repensar a relação professor-aluno, onde pode-se constatar que a estratégia do ensino é bem próxima da estratégia do xadrez, pois dialética e autocrítica ocupam um lugar primordial e o vencido se enriquece mais que o vencedor. Além disso, o xadrez apresenta-se como um excelente instrumento na formação de futuros professores das mais diversas disciplinas uma vez que ele favorece a compreensão da estrutura do pensamento lógico, o que desenvolve a adequacidade de transmissão dos conhecimentos aos seus alunos.

Na matemática, pode-se afirmar que o xadrez é um dispositivo eficaz para a aprendizagem da aritmética (noções de troca, valor comparado das peças, controle de casas, enquanto exemplos de operações numéricas elementares...), da álgebra (cálculo do índice de desempenho dos jogadores, que é assimilável a um sistema de equações com “n” incógnitas...) e da geometria (o movimento das peças é uma introdução às noções de verticalidade, de horizontalidade, a representação do tabuleiro é estabelecida como um sistema cartesiano...).

Assim, não restam dúvidas dos benefícios trazidos pelo Xadrez, sendo capaz de proporcionar um equilíbrio entre o mundo interior e exterior e propicia uma simbólica realização de desejos, contribuindo para o desenvolvimento emocional, exteriorizando sentimentos negativos e uma suspensão do real.

REFERÊNCIAS

Christofoletti, Danielle Ferreira Auriemo. Comunicação Oral: a historia do xadrez dentro da aprendizagem. Disponível em: Acesso em: 13 de outubro de 2009a.

____________. O Xadrez nos Contextos do Lazer, da Escola e Profissional: aspectos psicológicos e didáticos.

Clube de Xadrez. Disponível em: http://www.clubedexadrez.com.br/portal/ cxtoledo/xadrescolar.htm. Acesso em: 03 de novembro de 2009.

Enciclopédia Livre. Jogo.

SILVA, Wilson da. Curso de Xadrez Básico. Disponível em http://www.cex.org.br. Acesso em: 09 de outubro de 2009.


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